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Após denúncias de assédio, 'Muquiranas' fala em 'grupo isolado', mas reforça conscientização

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Após denúncias de assédio, 'Muquiranas' fala em 'grupo isolado', mas reforça conscientização

Bloco vai anunciar "medidas efetivas" para combater importunação sexual por parte de seus associados

Após denúncias de assédio, 'Muquiranas' fala em 'grupo isolado', mas reforça conscientização

Foto: Alfredo Filho / Secom

Por: Juliana Rodrigues no dia 28 de fevereiro de 2020 às 08:40

Após os relatos de assédios cometidos por foliões do bloco As Muquiranas, divulgados por meio das redes sociais e também por ouvintes da Rádio Metrópole, a agremiação afirmou ontem (27) que tomará, ao longo do ano, "medidas efetivas" para combater a prática nos próximos Carnavais. O bloco considera, no entanto, que os associados que assediam e importunam sexualmente são "um grupo pequeno e isolado de pessoas". 

Um dos casos foi relatado pela empresária Laila Falcão, através do Instagram. Na terça (24), ela contou ter sido assediada e presenciado atitudes homofóbicas contra um amigo que a acompanhava. "Perdi as contas de quantos homens vestidos de mulher me assediaram das formas mais escrotas possíveis. Um cara enfiou a arma de água contra a minha bunda com força, o outro derramou a minha cerveja no chão quando eu reagi, o outro espirrou um jato de água na cara do meu namorado quando ele pediu que parasse. Nenhum me respeitou como mulher. ASSÉDIO É CRIME! Estava com um amigo que vestia uma camisa feminina e foi importunado com um pinto de plástico no rosto. HOMOFOBIA TBM É CRIME!", escreveu. 

Ontem, em entrevista à Rádio Metrópole, a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira, chegou a defender a proibição da venda das pistolas de água, usadas muitas vezes para intimidar as mulheres.

O bloco afirma que realiza campanhas de conscientização voltadas para os associados e a comunidade, "em repúdio a todo e qualquer tipo de falta de respeito, agressão física ou verbal, intolerância, assédio e preconceito". "Mesmo tendo ciência que não pode se responsabilizar pela índole e caráter das pessoas, o bloco entende que tem responsabilidade pela segurança dos foliões durante todo o circuito", diz o comunicado.

Confira a publicação de Laila e a nota divulgada pelo bloco:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

[ DESABAFO & DENÚNCIA CONTRA O @ccrmetro e @asmuquiranasoficial ] . . Essa foi a roupa que eu estava usando para ir à Mudança do Garcia feliz da vida. Paguei a passagem de @ccrmetro que me levaria ao meu destino e à princípio, a funcionária que faria a recarga, me olhou com cara de julgamento e disse que minha vestimenta não era adequada e permitida para entrar no metrô. Questionei. O que seria a adequação que ela estava exigindo? Entrei. Cheguei no circuito e me deparei com @asmuquiranasoficial . Perdi as contas de quantos homens vestidos de mulher me assediaram das formas mais escrotas possíveis. Um cara enfiou a arma de água contra a minha bunda com força, o outro derramou a minha cerveja no chão quando eu reagi, o outro espirrou um jato de água na cara do meu namorado quando ele pediu que parasse. Nenhum me respeitou como mulher. ASSÉDIO É CRIME! Estava com um amigo que vestia uma camisa feminina e foi importunado com um pinto de plástico no rosto. HOMOFOBIA TBM É CRIME! O bloco @asmuquiranasoficial tá fazendo uma campanha contra assédio, racismo e homofobia, mas na teoria é tudo lindo! Eu me pergunto até que ponto isso pode servir de alguma coisa, quando se é complacente com todo esse desrespeito escrachado no desfile inteiro. Na prática, não funciona! Eu fui pra casa com a garganta travada, engolindo o choro, porque certamente sairia presa por reagir ou agredida por um babaca vestido de mulher que ainda destrói a imagem da força feminina. Eu não devo vestir a roupa que a sociedade acha que eu devo vestir pra ser respeitada. @asmuquiranasoficial @psirico @leosantana @bandaparangole , esse bloco PRECISA ACABAR, porque mulher nenhuma jamais merece passar por isso! Esse bloco é um desserviço e vai de encontro com tudo o que nós mulheres estamos tentando conquistar há muito custo!! #fimdasmuquiranasjá #assedioécrime #assédionão #respeitaasmina

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Nota de esclarecimento ⚠️ O bloco As Muquiranas lamenta os fatos ocorridos no Carnaval 2020, na cidade de Salvador. A Instituição completou 55 anos fazendo parte do maior Carnaval do planeta, colecionando diversos prêmios; conquistando espaço, admiração e respeito dos foliões, sociedade, Órgãos Públicos, parceiros e imprensa, e, a cada ano, vem buscando melhorias para atender os seus associados. Durante todo o ano, o bloco As Muquiranas realiza campanhas de divulgação e conscientização em diversos temas, não se limitando a anunciar o tema do carnaval e as atrações que comandaram os três dias de folia. A campanha para o carnaval 2020 abordou, sobretudo, o cuidado e respeito entre as pessoas, autoridades e a sociedade civil em geral. Com efeito, em repúdio a todo e qualquer tipo de falta de respeito, agressão física ou verbal, intolerância, assédio e preconceito, a diretoria do bloco realiza campanhas institucionais em mídias publicitárias diversas (outdoor, mídias sociais, metrô, rádio), a fim de conscientizar não apenas os seus associados, mas toda a comunidade, estabelecendo também parcerias com o Ministério Público do Estado da Bahia. Mesmo tendo ciência que não pode se responsabilizar pela índole e caráter das pessoas, o bloco entende que tem responsabilidade pela segurança dos foliões durante todo o circuito e que um grupo pequeno e isolado de pessoas não pode ofuscar o brilho de uma marca que traz alegria de famílias, que esperam o ano inteiro para se divertir com o desfile. Por conta disso, a diretoria do bloco As Muquiranas informa que estão sendo tomadas medidas efetivas, que serão anunciadas ao longo do ano, a fim de conscientizar os foliões e evitar incidentes semelhantes aos que ocorreram no Carnaval 2020.

Uma publicação compartilhada por As Muquiranas (@asmuquiranasoficial) em