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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Economia

Querer abandonar medidas de contenção é estupidez de Bolsonaro, diz ex-ministro Maílson da Nóbrega

Ex-titular da Fazenda lembrou exemplos negativos de Itália, Espanha e EUA

Querer abandonar medidas de contenção é estupidez de Bolsonaro, diz ex-ministro Maílson da Nóbrega

Foto: Jefferson Rudy/ Agência Senado

Por: Juliana Almirante no dia 03 de abril de 2020 às 09:51

O economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (3), que é uma estupidez, diante dos exemplos de outras nações, o presidente Jair Bolsonaro querer interromper as medidas de contenção de circulação de pessoas, determinadas por governos locais no país.

“O absurdo dessa ideia, que não tem amparo da ciência, na medicina e na experiência internacional, é que se desmobilizar agora e voltar a abrir a indústria e o comércio, o efeito na economia será pior. Nós temos os 3 casos mais claros hoje no mundo, que são Itália, Espanha e Estados Unidos. Nos 3 casos, o governo hesitou”, disse. 

“O prefeito de Milão publicou um vídeo que dizia que a cidade não poderia parar. Trump começou a dizer que era gripezinha. Trump chegou a anunciar que no dia 7 de abril os EUA voltariam a funcionar normalmente. Trump hoje caiu na real e radicalizou medidas de contenção social. O preço a pagar é que os EUA viraram epicentro da crise. O cálculo é que 100 mil a 240 mil americanos vão morrer e grande parte poderia ter sido salva se o isolamento social tivesse sido adotado antes, como foi adotado no Brasil”, complementou.

Ele avalia que os efeitos de a população retornar às atividades nesse momento é muito arriscado para os brasileiros.

“Bolsonaro quer que abandonemos isso. É uma estupidez, porque abandonar as medidas de contenção estabelecido por estados e prefeitos, que vão evitar colapso do sistema de saúde, com o achatamento da curva, dando tempo para preparação, leitos hospitalares sendo construído em estádios. E não liberar, o que vai aumentar a propagação do vírus e onda vai ser grave”, declarou.