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Sexta-feira, 12 de abril de 2024

Justiça

Marco Aurélio Mello diz que fala de Weintraub sobre STF é 'imprópria'

Possibilidade de o ministro da Educação responder criminalmente por falas agressivas à Corte acende alerta no Planalto

Marco Aurélio Mello diz que fala de Weintraub sobre STF é 'imprópria'

Foto: Rosinei Coutinho/STF

Por: Luciana Freire no dia 24 de maio de 2020 às 07:30

 

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, classificou ontem (23) em entrevista à Globo, como "imprópria" a fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre a prisão de ministros da Suprema Corte na reunião ministerial.

"Eu só posso atribuir a um arroubo de retórica, né? E cabia ao dirigente da reunião exercer o poder de polícia, evidentemente cortando a palavra dele e dizendo que a palavra em si era imprópria", disse. "Se estivesse ocupando a cadeira de presidente da República, evidentemente não teria o estilo do presidente, eu pediria a ele pra pegar o boné e ir pra casa. Eu acho que, principalmente, como ministro da Educação, ele ficou numa situação muito ruim. Que educação é essa?", afirmou Mello.

Weintraub chamou os ministros do STF de "vagabundos" e disse que queria prendê-los. "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF", disse ele.

Enquanto ministros do Palácio do Planalto minimizam os impactos das declarações do presidente durante a reunião ministerial de 22 de abril, acende no governo uma preocupação com a possibilidade de o ministro da Educação responder criminalmente pelas falas agressivas aos magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Constatei, casualmente, a ocorrência de aparente prática criminosa, que teria sido cometida pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que, no curso da reunião ministerial realizada em 22/04/2020, no Palácio do Planalto, assim se pronunciou em relação aos Ministros do Supremo Tribunal Federal”, afirmou  o ministro Celso de Mello, relator do processo que investiga a possível interferência de Bolsonaro na Polícia Federal e quem liberou o acesso ao vídeo da reunião.