Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Saúde

/

Após denúncia, MPF recomenda que maternidade Climério de Oliveira evite violência obstétrica

Saúde

Após denúncia, MPF recomenda que maternidade Climério de Oliveira evite violência obstétrica

Entre as supostas irregularidades cometidas por profissionais estão: manobra de Kristeller e proibição de acompanhante

Após denúncia, MPF recomenda que maternidade Climério de Oliveira evite violência obstétrica

Foto: Reprodução / Google Street View

Por: Adelia Felix no dia 08 de agosto de 2019 às 16:59

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à maternidade Climério de Oliveira, localizada no bairro de Nazaré, em Salvador, que adote as providências necessárias para evitar e coibir práticas de violência obstétrica garantindo atendimento humanizado às gestantes e parturientes. 

A recomendação, assinada pelo procurador da República Edson Abdon Peixoto Filho, foi publicada nesta terça-feira (6). Também foi recomendado que, sempre que tiver conhecimento de práticas de violência obstétrica, a unidade de saúde deve, imediatamente, instaurar processos administrativos. 

Para o procedimento, o procurador considerou relatos feitos por uma paciente durante inquérito civil instaurado em 3 de abril de 2017. Entre as supostas irregularidades cometidas por profissionais da maternidade estão: manobra de Kristeller (quando um médico ou enfermeiro faz força, com as mãos ou o braço, na parte superior da barriga da grávida, durante as contrações), violência verbal e proibição de acompanhante. O parto ocorreu no dia 7 de janeiro de 2016. 

Segundo o MPF, a paciente chegou a procurar a unidade de saúde para denunciar o caso. Mas, somente após ser acionada pelo órgão federal, a direção da maternidade instaurou um processo administrativo no dia 17 de outubro de 2018.

O representante do órgão federal considerou também que, apesar das pesquisas nas redes sociais e no Google apontar um quadro geral de satisfação com o atendimento na Climério de Oliveira, uma consulta rápida e superficial no perfil da unidade de saúde no Facebook revelou, pelo menos mais um caso de relato de violência obstétrica sofrida por gestante.

Agora, o MPF aguardará o envio, pela maternidade, de uma resposta sobre o acatamento ou não da recomendação.

Em nota enviada ao Metro1, a direção da maternidade afirmou que repudia toda e qualquer prática de violência física ou psicológica contra mulheres e recém-nascidos na gestação ou no momento do parto.

"Ressaltamos que durante o pré-natal realizado na unidade, todas as gestantes recebem as orientações necessárias acerca do parto e dos seus direitos enquanto permanecerem na instituição. A MCO-UFBA realiza ainda rodas de conversa com gestantes e acompanhantes e visitas de vinculação, a fim de esclarecer as dúvidas de pacientes e familiares", afirma a direção em nota. 

Confira a nota na íntegra:

Em relação à matéria “Após denúncia, MPF recomenda que maternidade Climério de Oliveira evite violência obstétrica”, publicada no dia 8 de agosto de 2019, no site Metro 1, A Maternidade Climério de Oliveira da Universidade Federal da Bahia (MCO-UFBA) e filiada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares esclarece que:

A gestão desta maternidade repudia toda e qualquer prática de violência física ou psicológica contra mulheres e recém-nascidos na gestação ou no momento do parto.

Ressaltamos que durante o pré-natal realizado na unidade, todas as gestantes recebem as orientações necessárias acerca do parto e dos seus direitos enquanto permanecerem na instituição. A MCO-UFBA realiza ainda rodas de conversa com gestantes e acompanhantes e visitas de vinculação, a fim de esclarecer as dúvidas de pacientes e familiares.

A Recomendação expedida pelo Ministério Público Federal (MPF), e publicada no Diário Oficial da União no dia 6 de agosto de 2019, determina que a Maternidade Climério de Oliveira adote medidas educativas para coibir a prática de violência obstétrica e que dê ampla divulgação, por meio de cartazes e cartilhas, sobre os direitos das gestantes, medidas que já estão sendo atendidas por esta instituição.

Uma das medidas já adotadas foi a implantação do Protocolo para Parto Normal e Nascimento – Boas Práticas na Assistência que está em processo de capacitação dos profissionais. Ressaltamos ainda que cumprimos a Lei Federal nº 11.108/2005, Lei do Acompanhante, que garante a todas as parturientes o direito à presença de acompanhante durante o período de trabalho de parto, parto e pós-parto.

Esclarecemos também que esta Maternidade NÃO possui perfil institucional na rede social Facebook e que a página existente não é administrada pela instituição, mas criada de forma automática pela ferramenta.

Diante do exposto, ratificamos que a Maternidade Climério de Oliveira é uma maternidade escola pública que tem o compromisso de prestar uma assistência segura, humanizada e de qualidade à comunidade baiana como vem fazendo há 108 anos.

É nosso compromisso garantir a excelência no atendimento e humanizar a gestação, o parto e o pós-parto para que as mulheres se sintam seguras, acolhidas e respeitadas em nossa instituição.

Colocamo-nos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.