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Miriam Chnaiderman orienta como lidar com angústia durante isolamento social

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Miriam Chnaiderman orienta como lidar com angústia durante isolamento social

Psicanalista também criticou as declarações do presidente Jair Bolsonaro que minimizou as mortes pela doença

Miriam Chnaiderman orienta como lidar com angústia durante isolamento social

Foto: Christian Rodrigues/R2Foto

Por: Juliana Almirante no dia 31 de março de 2020 às 09:05

A psicanalista e psicológa Miriam Chnaiderman falou, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (31), sobre como lidar com a angústia provocada pelo isolamento social e falta de perspectiva acerca do futuro, diante da pandemia do coronavíris.

“É duríssimo, porque não escolhemos isso. Fomos invadidos por tudo isso, sem distinção de classe. É uma realidade muito dura. O inimigo é invisível, está no ar e passa a ter medo, que é real, não de fantasia. medo da contaminação e proposta de isolamento. Realmente isso de não poder se planejar introduz incerteza no dia a dia. É muito difícil para qualquer pessoa lidar com isso, porque além de vc nao ter tipo nenhum controle sobre o que aconteceu, você vai se organizando em casa, mas essa falta de data para isso terminar é angustiante mesmo”, justifica. 

Ela defende que, em lugar de se desesperar com o sentimento, as pessoas acolham a angústia e encontrem meios de aprender a viver nesta realidade.

“O jeito é saber que um dia isso vai passar. De dentro dessa perspectiva vc vai ter que estruturar para a vida continuar, usando os recursos que você tem. É duríssimo e muito angustiante, as pessoas estão muito inquietas e com dificuldade de concentração. Tem um chão longo para a gente lidar. Um dos jeitos é acolher a angústia e não espernear. Tem que encontrar formas de se organizar dentro do que se é mesmo”, explica.

Miriam também criticou as declarações do presidente Jair Bolsonaro que minimizou as mortes pela doença.

“A vida humana deixa de ter o valor que tem. Um representante da nação dizer isso. Um dos pilares para ele se manter é o projeto econômico e isso coloca em questão a reeleição. Ele usa de argumento que pesa, ao dizer que pessoas vão ficar desempregadas. É muito duro que o dinheiro valha mais do que vidas. Acho que uma situação como essa é de guerra e a gente vai ter que enfrentar coisas duras. Quanto mais houve solidariedade, mas a gente vai sair de forma íntegra de tudo isso”, indica.