Saúde
Miriam Chnaiderman orienta como lidar com angústia durante isolamento social
Psicanalista também criticou as declarações do presidente Jair Bolsonaro que minimizou as mortes pela doença
Foto: Christian Rodrigues/R2Foto
A psicanalista e psicológa Miriam Chnaiderman falou, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (31), sobre como lidar com a angústia provocada pelo isolamento social e falta de perspectiva acerca do futuro, diante da pandemia do coronavíris.
“É duríssimo, porque não escolhemos isso. Fomos invadidos por tudo isso, sem distinção de classe. É uma realidade muito dura. O inimigo é invisível, está no ar e passa a ter medo, que é real, não de fantasia. medo da contaminação e proposta de isolamento. Realmente isso de não poder se planejar introduz incerteza no dia a dia. É muito difícil para qualquer pessoa lidar com isso, porque além de vc nao ter tipo nenhum controle sobre o que aconteceu, você vai se organizando em casa, mas essa falta de data para isso terminar é angustiante mesmo”, justifica.
Ela defende que, em lugar de se desesperar com o sentimento, as pessoas acolham a angústia e encontrem meios de aprender a viver nesta realidade.
“O jeito é saber que um dia isso vai passar. De dentro dessa perspectiva vc vai ter que estruturar para a vida continuar, usando os recursos que você tem. É duríssimo e muito angustiante, as pessoas estão muito inquietas e com dificuldade de concentração. Tem um chão longo para a gente lidar. Um dos jeitos é acolher a angústia e não espernear. Tem que encontrar formas de se organizar dentro do que se é mesmo”, explica.
Miriam também criticou as declarações do presidente Jair Bolsonaro que minimizou as mortes pela doença.
“A vida humana deixa de ter o valor que tem. Um representante da nação dizer isso. Um dos pilares para ele se manter é o projeto econômico e isso coloca em questão a reeleição. Ele usa de argumento que pesa, ao dizer que pessoas vão ficar desempregadas. É muito duro que o dinheiro valha mais do que vidas. Acho que uma situação como essa é de guerra e a gente vai ter que enfrentar coisas duras. Quanto mais houve solidariedade, mas a gente vai sair de forma íntegra de tudo isso”, indica.
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