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‘É uma doença caleidoscópica’, diz superintendente do Hospital Aliança sobre Covid-19

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‘É uma doença caleidoscópica’, diz superintendente do Hospital Aliança sobre Covid-19

Raymundo Paraná destacou imprevisibilidade da doença, em entrevista à Rádio Metrópole hoje

‘É uma doença caleidoscópica’, diz superintendente do Hospital Aliança sobre Covid-19

Foto: Matheus Simoni/ Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 31 de março de 2020 às 10:17

O superintendente médico do Hospital Aliança, o médico hepatologista Raymundo Paraná, classificou o coronavírus como uma doença caleidoscópica, por conta do nível de imprevisibilidade.

A unidade médica tem hoje quatro pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com quadro estável, além de outros pacientes em quartos isolados com Covid-19.

“Essa é uma doença que a gente está conhecendo a história natural agora. Ela é diferente conforme a faixa etária e tem diferenças clínicas de acordo também com as populações e a epidemiologia e a forma que é transmitida. Há muitas coisas que não eram valorizadas e agora são valorizadas, mas o que é mais importante? Há uma certa imprevisibilidade. É uma doença repleta de surpresas. Muitas vezes o paciente está bem e piora. Muitas vezes, tem um idoso que acha que vai evoluir mal e melhora. É uma doença caleidoscópica, como aquele brinquedo que vai mudando conforme a gente muda a lupa”, comparou, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (31).

Para lidar com a doença, ele afirma que é preciso informar a equipe com rapidez, para absorver a literatura médica que já existe sobre o coronavírus.

“Treinamento, treinamento, treinamento. Temos que filtrar toda a literatura médica com rapidez. O corpo clínico, que está na linha de frente, não tem tempo para ler as informações que chegam. Boa parte da literatura médica não é suficiente, mas nos faz reconhecer situações que antes não conhecíamos. Outra maneira é enfrentando a proteção dos pacientes e dos colaboradores. Temos um fluxo totalmente separado dos pacientes com Covid-19 e os outros”, afirma.

Ele também reitera a recomendação feita por autoridades de saúde de todo o mundo sobre a necessidade de isolamento social para conter o avanço da pandemia.

“A informação científica atual, por mais complexa que é, por agregar realidades diferentes, é de que a tendência é isolamento. Acho que a Bahia está dando bom exemplo para o Brasil, porque prefeito e governador estão unidos por um inimigo comum. Estamos com quantitativo na Bahia hoje inferior ao que estava esperando. Acho que por conta das medidas restritivas. Acho que são legítimas as preocupações do presidente (Jair Bolsonaro) com a economia, mas a economia existe para o ser humano, não o contrário. Acho que a função do Estado hoje é proteger os cidadãos”, disse.