Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Sábado, 04 de maio de 2024

Home

/

Artigos

/

Extrema–direita à frente em mobilização

Extrema–direita à frente em mobilização

É tolo imaginar que as coisas caminharão sozinhas para um bom destino. Não vão, porque contra um bom destino há muita força proveniente de interesses vários

Extrema–direita à frente em mobilização

Foto: Reprodução

Por: Metro1 no dia 25 de abril de 2024 às 00:32

A extrema-direita no Brasil sempre foi muito mais ativa com bons resultados, ativa com inteligência, com consciência daquilo que quer, do que as demais forças ou o que chamam de centro - que não é propriamente centro, é uma forma de ser de direita - e as diferentes esquerdas da vida, a do passado e hoje.

Então o fato em si dessa mobilização da extrema-direita não é excepcional, nem tem um significado maior por si mesmo. O que dá importância a isso é a certeza de que as estruturas de ação que foram montadas e postas em prática no governo Bolsonaro não estão destruídas.

Enquanto não houver os julgamentos e não forem aplicadas as suas consequências penais, caso venham como se espera acontecer, enquanto essa estrutura estiver disponível para a ação da direita, nós vamos ter esse problema crescentemente.

A permissão, a leniência para a existência ainda e continuada dessa estrutura, dessa organização, não tem o menor sentido. Ela foi derrotada eleitoralmente. Então, Justiça, Executivo, Congresso precisam agir coerentemente com o que foi o resultado eleitoral. Se não for posta em prática uma reação dessas instituições não comprometidas integralmente com as estruturas da direita, nós não vamos ter um início de democracia para o futuro.

É tolo imaginar que as coisas caminharão sozinhas para um bom destino. Não vão, porque contra um bom destino há muita força proveniente de interesses vários, não só políticos, mas sobretudo materiais, por parte de setores que dominam áreas muito importantes de influência pública.

É claro que estou me referindo prioritariamente à mídia, mas não só a ela. Há outros canais de influência. As federações são elementos fortes de ação política e de influência na orientação política. E se no momento a gente pode ter uma ou outra pensando e agindo democraticamente, em sentido contrário, há uma imensidão ativa, mais do que aquelas de propensão democrática.

Então, se não houver consciência desse desequilíbrio de poderes e dos riscos decorrentes daí, não creiam em futuro democrático para o Brasil, porque não haverá.

* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras